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quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Madrinha de casamento por acaso

Estava eu indo de uma escola a outra para dar aulas, em plen'uma segunda-feira. Como não tenho carro, faço o trajeto a pé mesmo. São 15 minutos. No meio do caminho tem um cartório. Tem um cartório no meio do caminho. Na verdade não tinha reparado que havia um cartório por ali até ouvir alguém me chamar. Era uma amiga que havia trabalhado comigo ano passado. Um amor de pessoa, dessas que vc quer chamar pra sempre de amiga. Ela estava esperando o namorado dela que nem chegou a ser noivo, mas daqui a pouco seria marido. Ela ia casar em alguns minutos, para poder ir morar em outro país para trabalhar. Falando que estavam em lua-de-mel é muito mais fácil não serem barrados. Ela is casar e precisava de uma testemunha. Estavam com tanta pressa que iriam pegar qualquer um do cartório mesmo, mas já que eu estava ali podia ser madrinha de casamento. Em dez minutos estava o futuro marido e sua testemunha e em mais 10 minutos, estávamos assinando tudo. Foram dez minutos de "cerimônia". E em mais 10 minutos eu estava dando aula novamente. Numa segunda-feira às 4h da tarde. Felicidades, casal*! Logo, vou dar uma passeadinha pela Nova Zelândia. ;)

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

um dos melhores - senão o melhor - shows que já fui

Bienal - Zeca Baleiro

Desmaterializando a obra de arte do fim do milênio
Faço um quadro com moléculas de hidrogênio
Fios de pentelho de um velho armênio
Cuspe de mosca, pão dormido, asa de barata torta
Teu conceito parece, à primeira vista,
Um barrococó figurativo neo-expressionista
Com pitadas de arte nouveau pós-surrealista
Ao cabo da revalorização da natureza morta
Minha mãe certa vez disse-me um dia,
Vendo minha obra exposta na galeria,
"Meu filho, isso é mais estranho que o cu da gia
E muito mais feio que um hipopótamo insone"
Pra entender um trabalho tão moderno
É preciso ler o segundo caderno,
Calcular o produto bruto interno,
Multiplicar pelo valor das contas de água, luz e telefone,
Rodopiando na fúria do ciclone,
Reinvento o céu e o inferno
Minha mãe não entendeu o subtexto
Da arte desmaterializada no presente contexto
Reciclando o lixo lá do cesto
Chego a um resultado estético bacana
Com a graça de Deus e Basquiá
Nova York, me espere que eu vou já
Picharei com dendê de vatapá
Uma psicodélica baiana
Misturarei anáguas de viúva
Com tampinhas de pepsi e fanta uva
Um penico com água da última chuva,
Ampolas de injeção de penicilina
Desmaterializando a matéria
Com a arte pulsando na artéria
Boto fogo no gelo da Sibéria
Faço até cair neve em Teresina
Com o clarão do raio da siribrina
Desintegro o poder da bactéria
Com o clarão do raio da siribrina
Desintegro o poder da bactéria


uma das melhores do Zeca ;)

domingo, 9 de novembro de 2008

...

minha tristeza não tem cor
é um misto de felicidade machucada com a saudade do que não se viveu
mais a ansiedade por beber os dias que voam com as folhas do calendário

as folhas se perdem, mas há alguém que as pega e consegue devolvê-las em forma do melhor antídoto contra ansiedade

não sei dizer o nome disso tudo
o redemoinho que insiste em não deixar minha vida passar (e ainda bem que minha vida não vai passando) esqueceu grãos de areia por aqui
alguém me ajuda a juntá-los e a organizá-los, de modo a formar setas que indicam o caminho

está quase na hora de esquecer que os dias passam
está quase na hora de descobrir os buracos no redemoinho...
está quase na hora de saber por onde caminho!

Um suspiro, por favor!

Finalmente, mudada. Não eu mesma, mas de casa, e isso já é o bastante. Por enquanto. Como poderia imaginar que morar com um estranho fosse tão traumático? E em meio a tantas confusões ainda precisei respirar pra dar conta de todo o resto de compromisso inadiáveis que pediam atenção. Lar aconchegante, geladeira e fogão novos, sofás a serem reformados e milhões de pequenas coisas pra organizar. A única coisa que me angustia são as paredes brancas que imploram por um bronzeado - verão, sabe como é? Já já que elas ganham uma corzinha... não escolhi ser médica pra morar em hospital! Enfim, tempo pra escrever... tempo pra organizar os papéis amontoados em pastas que insistem em estar ali para um dia, quem sabe, serem consultadas... ai ai! Quero férias, mas férias completas, para escrever a apostila que já deveria ter começado a escrever e pra poder fugir de tudo, como já deveria ter feito há tempos!
E por falar em fugir e em escrever, preciso encontrar um cd com um filme gravado, que fugiu por aqui... um artigo precisa sair ainda hoje! E agora, decidido: primeiro dia de férias, um suspiro, por favor! Quero descansar...

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Zeca Baleiro em Cascavel

"Que bom é ser fotografado
Mas pelas retinas
Dos seus olhos lindos
Me deixe hipnotizado
Pra acabar de vez
Com essa disritimia"

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Coisas de cronista...

Hoje fiz uma daquelas coisas que só cronistas fazem, pra poder escrever depois, sabe?! Como estou fazendo agora, para me sentir uma cronista.
Tinha prometido à minha vó que iria na casa dela hoje (claro, depois dela ter me prometido um pão caseiro), e lá perto tem uma floricultura, dessas de filme mesmo, gigantesca e com um café garden dentro. Como há muito tempo namorava aquele lugar, hoje foi a oportunidade. Não cheguei a bater duas vezes na porta da minha vó pra constatar que ela não estava e decidi voltar naquele lugar encantador.
Ao me perguntarem o que desejava, ou procurava respondi que iria tomar um café primeiro. Primeira e unicamente, pois fui ali só pra fazer isso.
Sentei, às três da tarde de uma sexta-feira chuvosa e pedi um chá de maçã; não me pergunte por quê, mas pareceu o chá com mais cara de tarde chuvosa; e logo veio o meu pedido, não que o atendimento fosse instantâneo (e não que não fosse também), mas eu era a única que preferia tomar chá a pesquisar preço de flores naquele lugar.
Como se tivesse muito tempo pela frente, tirei um livro da bolsa e me pus a observar aquele lugar - como se tivesse muito tempo pela frente. Esperei terminar o chá, querendo dar uma volta por todas aquelas flores e fontes e bonsais e plantas que pediam para ser vistas de tanto que reluziam, mas ao terminar, passou minha vontade. Saí, tendo aproveitado 15 minutos e um chá que nem era tão bom, mas me salvou o dia.

domingo, 12 de outubro de 2008

Desistir?!

Pergunta difícil? Desistir parece, à primeira vista, a decisão mais fácil. Particularmente, prefiro sempre optar pelo que for mais difícil. A esperança é inevitável mas não-recomendável, porque quem tem esperança, espera, e esperar geralmente não é a solução. Talvez guardar o sonho bem dentro de si para que ele encontre um lugar onde possa explodir, como uma estrela que nasce.

"É preciso ter um caos dentro de si para dar à luz uma estrela cintilante." Nietzsche - Assim falou Zaratustra

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Escrever pra esquecer os problemas

Sabe aquela vontaaaade de escrever? Acabou de passar.

domingo, 21 de setembro de 2008

Abismo - Nilson Oliveira

Quero absorver intensamente toda a tristeza do mundo.As esperanças não alcançadas, os filhos que não nasceram, o pranto de mães desconsoladas.Quero sentir profundamente toda a dor. A dor de não ter amor, não ter paz, não ter futuro.Pelo trabalho rotineiro de cada dia, a comida sem graça e fria, a desigualdade, a injustiça, o olhar distante, toda a dor da infelicidade. Quero aguardar a catástrofe silenciosamente, com o meu cansaço estafante e descomedido, pelo excesso das palavras, das mentiras, das ilusões, dos pesadelos, tantos.O horizonte se distanciando... longe... longe. Quero chorar muito... quero chorar muito, sem nenhum constrangimento, sem parar, sem parar. Quero ser tragado pela realidade e me esconder na sombra da minha insignificância, para que num momento distante - se houver - eu possa despertar para um mundoagradável e melhor.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Conveniências

Não lembro como se fala "amizade" em inglês, (e vírgula!)

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Somente enlouqueço

Eu enlouqueço sozinha
Sozinha, eu enlouqueço
Enlouqueço eu (enlouqueço-me) sozinha
Só enlouqueço eu
Só, eu enlouqueço
Apenas Me enlouqueço
Enlouqueço, apenas

sozinha...

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Só de passagem...

Por todo momento que estava ali, na sacada, deitada, olhei o movimento das nuvens. Diante de mim, um prédio que fazia-me perder a conta, de tantos andares. Diante delas, o mesmo prédio, obstruindo a passagem. O "aqui embaixo" não estava diante delas. Pude perceber tocarem o prédio... Depois que tocaram-no, desapareceram, como se fugissem de mim e o fato de observá-las incomodasse. Mal sabiam, que eu apenas descansava os olhos nelas, não eram meu fim. Ainda bem que fugiram a tempo, eram só um porto de passagem, para descanso, e só agora percebi, não o meu destino.

domingo, 27 de julho de 2008

Rotina

Tudo está começando novamente.
Tudo começando. Nova mente?
Tudo está começando de novo, novamente.
Tudo está começando, velhamente.
De novo, nada está começando.
De novo, nem nova mente.
Tudo de velho, de novo.

De volta à rotina

Preparar as aulas da semana. Passar o aspirador de pó no quarto. Instalar a cortina (também no quarto). Terminar o relatório de estágio (na verdade, começar o relatório de estágio). Corrigir algumas redações. Organizar meus horários. Estudar Inglês. Estudar Francês. Fazer trabalhos pendentes. Encaixar alunos nos horários vagos. Esquecer os horários vagos. Reparar pendências do estágio (primeiro, descobrir quais são as pendências). Estudar documentários. Rever documentários. Ver alguns filmes. Rever outros. Readaptar relógio biológico (ver se ele ainda existe!). Preparar mais aulas. E deixar mais algumas preparadas. Voltar à rotina. Esquecer que eu existo.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Quando a estrela que clareia a noite for embora sem dizer tchau.

Texto de Rita Apoena:

Alvorada

Quando você se sentir sozinho, pegue o seu lápis e escreva. No degrau de uma escada, à beira de uma janela, no chão do seu quarto. Escreva no ar, com o dedo na água, na parede que separa o olhar vazio do outro. Recolha a lágrima a tempo, antes que ela atravesse o sorriso e vá pingar pelo queixo. E quando a ponta dos dedos estiverem úmidas, pegue as palavras que lhe fizeram companhia e comece a lavar o escuro da noite, tanto, tanto, tanto... até que amanheça.



Hoje eu não consegui nem escrever.

domingo, 29 de junho de 2008

semana que vem

é quando quase tudo vai ser decidido!
vai dar certo, vai dar certo!
pensamento positivo.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Os gritos de socorro estão se silenciando.
Espero que seja pq estejam sendo ouvidos e não precisem mais existir.
Não quero apenas ser silenciada - simplesmente.
Não passo a vida em branco e preto, mas ainda não achei minha caixa de lápis de cor.

vida em branco e preto, que por vezes colore!

Tenho alguns códigos secretos,
mas nem sempre consulto a agenda. (na verdade, nem tenho agenda!)
Já tenho minhas passagens secretas. Dos meus segredos, cuido bem.
Às vezes, quero trocar de nome, mas todas as vezes lembro que é uma das coisas que é só minha.
Às vezes, uso salto alto. Às vezes, fico descalça e vulnerável.
Às vezes, sonho em encontrar o caminho. Poucas vezes, prefiro esquecer de procurá-lo. Em todas as outras, escondo tudo de mim mesma.

sábado, 21 de junho de 2008

sem título, sem motivo

Fotografo seus deslizes,
e me derreto por suas flores.
Só as cicatrizes
é que não me deixam morrer de amores.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Segredo

Vou contar um segredo. Não acredito nEla, nem no que Ela prega, nem no que pregam por Ela, nem em quase nada do que a rodeia - dizer que não acredito em nada sempre me contradiz -, mas o silêncio (quase absoluto) que só ela proporciona em muitos metros quadrados, vazios de pessoas e relógios funcionando, no centro mais movimentado do que nunca da cidade, me reconforta e me devolve o que eu menos tenho tido: sossego. São dez ou quinze minutos de uma tarde ensolarada que não resisti a fugir mais uma vez. Em um intervalo entre as aulas que tinha que dar, tive que passar ali por perto e estava destinada a ficar ali por quanto tempo precisasse para esquecer um pouco do começo do mês que sempre me assombra, sabendo que esse tempo não poderia passar das 16: 20. Imagino ter chegado ali por volta das 15:55... Entrei, sem fazer nenhum sinal, nem pingar nada na cabeça, e me dirigi até o último banco da última fileira. Lá fiquei por muitos minutos, que não sei quantos (intuitivamente, cheguei no horário certo pra dar aula). Consegui, como era o objetivo, pensar em tudo, e não, não pensar em nada - como é de costume, quando se quer fugir. Vendo todas aquelas pessoas que entravam e saiam, benzendo-se e ajoelhando-se, percebi que eu era a mais desamparada ali. Não por um egoísmo exacerbado em pensar que nossos problemas são sempre maiores, mas porque realmente, eu não sou amparada da mesma forma que ninguém daquelas pessoas. Nada daquilo que elas acreditam ampará-las, é o que acredito que ampare alguém. Aliás, eu não ando acreditando que nada ampare alguém. Menos ainda, tenho a sensação de que algum suporte maternal possa me apoiar, não porque esse não existe ou não reside mais entre nós, mas simplesmente porque quem deveria ser meu suporte maternal também não sabe o que é suporte maternal há muito tempo e esqueceu o que é ser um, não por inteiro, mas perdeu um terço de sua capacidade. O que menos me conforta é saber que existem sementinhas e sobrenomes por trás de nós. O quesito 'família' nem sempre é como um báu antigo, que quando nos sentimos bugigangas, podemos nos jogar lá dentro e ficar, até sermos resgatados novamente - agora mais fortes. Talvez o quesito, de vez em quando solicitado, sirva só para ressaltar as nossas características "herdadas pela convivência", talvez sirva só como espelho das falhas que não sabemos que temos e que menos ainda queremos sabê-las. Talvez, esses poucos minutos tenham parecido quase horas, que foi pelo que me perguntaram, assim que coloquei os pés para fora daquele recinto. "Quase quatro e quinze.", respondi pra velhinha que corria pra pegar o ônibus como se ainda tivesse horários pra cumprir.

Não me sobra tempo pra transformar tudo em realidade...

então continuo a me perder nas minhas ânsias diárias...

Alienação

Eu não sei.
Só sinto.
E sinto por não saber.
Eu não sou.
Só sei.
Mas também sinto por não ser.
Enquanto isso uns são -
e são e sentem por não saber.
Já sei.
Serei.

Eu quero as minha verdades de volta!

Nem que para isso eu tenha que pendurar as mentiras no varalzinho da sacada.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Devaneio

Vejo melhor
quando sonho
de olhos fechados.

Helena Kolody

terça-feira, 27 de maio de 2008

Poesia

Poesia rápida, essa poesia pós-moderna, não?!

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Achado

Um conto vazio - Anna Carolina Paegle

Pensava a mil por hora e por isso andava sempre cansada... Achava ter a vida uma beleza exaustiva e alinhar os pensamentos dava-lhe muito trabalho. Costumava costurá-los como uma colcha de retalhos, mas não suportava cobrir-se com ela.
Foi quando, em um dia estranhamente verde, um gato entrou por sua janela, e, ao puxar um fio, desfez toda a colcha que estava sobre a cômoda, emaranhou-se em linhas e desapareceu no horizonte. E ela então, obtendo alguns instantes de pausa ao perder os pensamentos, encontrou-se em sua essência e sorriu sinceramente.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

O dia está começando a ficar claro...

Morar com outras pessoas não é tão ruim assim.
Principalmente quando você pode dividir a maquiagem.

As pecinhas estão se encaixando.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Casa nova!

Fora as prateleiras desmoronando da parede, tá tudo 'muito massa'! Quase a minha cara, pertinho da faculdade, com 75% a mais de privacidade e as paredes da cor que eu quero. Além de tudo, uma sala de estar gigantesca o bastante para chamar todos os círculos de amigos ao mesmo tempo (e abrir espaço pra conhecer gente nova) e uma sacada suficiente para um rodinha de arguile ou tereré. Do ladinho da faculdade, só preciso decidir se pulo pela janela ou pela sacada, porque entre casar e comprar uma bicicleta, escolhi 'casar'.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Fase

Tenho fases como a lua.
Fases de andar escondida
fases de vir para a rua.

Cecilia Meireles

quinta-feira, 8 de maio de 2008

20 primaveras, nenhuma flor a mais e um tempo nublado. Está de noite. E a noite está fria...

"É preciso ter um caos dentro de si para dar à luz uma estrela cintilante."
Nietzsche - Assim falou Zaratustra

sábado, 3 de maio de 2008

Senha que não sai da cabeça

"Eu gosto dos que têm fome
Dos que morrem de vontade
Dos que secam de desejo
Dos que ardem" Adriana Calcanhoto

Eu gosto dos que têm fome
Dos que morrem de vontade
Dos que secam de desejo
Dos que ardem

Eu tenho fome.

Eu gosto dos que têm fome
Dos que morrem de vontade
Dos que secam de desejo
Dos que ardem

Eu morro de vontadeS.

Eu gosto dos que têm fome
Dos que morrem de vontade
Dos que secam de desejo
Dos que ardem

Mas ainda não sequei de desejo.

Eu gosto dos que têm fome
Dos que morrem de vontade
Dos que secam de desejo
Dos que ardem

Eu sou como os que ardem...

Julie

quarta-feira, 23 de abril de 2008

o quebra-cabeça nunca termina! - Parte I

"A vida de muita gente começa com tudo no lugar, como um quebra-cabeça completo, formando uma figura perfeita, mas que vai se desintegrando com o tempo e às vezes sobram apenas fragmentos de cenas felizes. Sempre tive a sensação de que a minha vida era o contrário - eu era a peça perdida de um quebra-cabeça que um dia formaria uma imagem poética. 'O importante não é como você começa, mas como termina' aprendi com um amigo."
Essa é a voz de Rosana Queiroz num livro que ganhei de presente nas férias e devorei em dois dias: Só: dores e delícias de morar sozinha. Descobri essas e outras dores e delícias ao longo de 5 meses que passei vivendo em uma casa, sozinha mesmo. Agora tomei uma decisão e mais algumas vieram juntas de brinde. Esse livro (e a descoberta das dores e delícias sozinha - concordando com o 'descoberta' mesmo) me fez pensar sobre o que é viver sozinha (e não falo aqui de morar) e o que é você ser, ou se sentir a peça solta de um quebra-cabeça, talvez até pior: não saber de qual quebra-cabeça você faz parte.

E eu ainda estou pensando sobre isso.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

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Pra onde eu vou quando eu quiser ficar em silêncio, mas sem sentir meu coração?
Pra onde eu vou quando eu quiser sentir meu coração, sem ver sangue correndo em minhas veias?
Pra onde eu vou quando eu não quiser mais nem saber quem sou eu?
Pra onde eu vou quando não existirem mais espelhos?
Pra onde eu vou agora?

segunda-feira, 17 de março de 2008

Possibilidade

Vamos fazer assim?
Eu conheço seu rock,
você canta o meu samba.
E juntos a gente escreve um romance.

seu onisciente não me sabe mais...

e como eu fico leve em saber disso! :)

das disposições gerais/ atuais

"(...) do senso comum às tímidas ousadias,
do gole tímido a um trago com vontade,
do medo à curiosidade,
da aversão ao interesse,
das malas de casa em casa às malas (não tão cheias) que aguardam a próxima viagem,
da paixão por ler à vontade de ser lida,
da literatura do pai às artes da mãe,
da vontade de mudar o mundo à vontade de ganhá-lo,
da boa sensação de ensinar à estranha pretensão de criar coisas pra se guardar,
da vontade de arrumar tudo à vontade de ceder às gostosas confusões,
dos sonhos de voar à sensatez de esperar as asas crescerem."

dê logo a caixa de tintas que você me prometeu!

eu não viveria sem a possibilidade do colorido.

O mundo está nas mãos de poucos,

só daqueles que plantam bananeira.

quarta-feira, 12 de março de 2008

E agora José?

A luz apagou.
- Você vai saber tatear no escuro até encontrar o que procura?

sexta-feira, 7 de março de 2008

Epifania.

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domingo, 2 de março de 2008

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

estou tentando

Quimeras
Quando ficar triste,
achando tudo mentira,
verá sonhos invertidos:
como imagens no espelho
mostrando por antônimos
o que o outro queria ter sido.

Não brigue:
a verdade mais frágil saberá dele.

Rita Apoena

créditos: http://www.pequenascoisas.org
Blog que eu particularmente A-DO-RO!

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

O benefício da dúvida

fragmento de papel encontrado com essa anotação em meio a mais um monte de papéis:

"(...) Não cansamos de nos espantar com a reação, às vezes sem limites, a que as pessoas são levadas por suas convicções. E isso me faz achar que um pouco de dúvida não faz mal a ninguém. Aos messias e seus seguidores, prefiro os homens tolerantes, para quem as verdades são provisórias, fruto mais do consenso que de certezas inquestionáveis."

Ferreira Gullar

Como dizer quem come se quando amamos temos a mesma fome?

Frase de ímã de geladeira numa república nas redondezas de uma universidade.

Não é simplesmente a Bruxa. É antes a confidência, exalando-se de um homem (ou de uma mulher).

"(...) De dois milhões de habitantes!
E nem precisava tanto...
Precisava de um amigo,
desses calados, distantes,
que lêem verso de Horácio
mas secretamente influem
na vida, no amor, na carne
(...)

Estou cercado de olhos,
de mãos, afetos, procuras.
Mas se tento comunicar-me,
o que há é apenas a noite
e uma espantosa solidão (...)"

A Bruxa - Carlos Drummond de Andrade

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Sou uma gordinha COMPULSIVA!

Constatei isso, hoje de manhã, após devorar (vorazmente) quatro cápsulas do calmante natural que guardo na minha geladeira.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

aí não deu certo

eu quis te preencher, mas você já estava cheio de si!

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Era dia de feira, precisava preencher o vazio da geladeira

Não comi nada antes de sair de casa. Geladeira vazia.
Fui com aquela vontade incontrolável de se sentir saciada, não importava com o que, não sabia nem o que ia saciar. Fui. Passei por cada prateleira, cada gôndola parecia ser convidativa, cada promoção parecia caber no bolso, cada produto parecia melhor do que a propaganda. Na verdade era só pimenta nos meus olhos, esqueci de lavar o rosto quando acordei. mas tudo bem, o carrinho foi ficando cheio, o dinheiro deve servir ao prazer, não é mesmo!? Mas de repente todo aquele lugar ficou vazio, e nada do que eu havia comprado era aquilo que eu tinha escolhido. As bolachas não eram recheadas, e não era culpa da propaganda enganosa. Fui eu que esqueci os óculos. Esqueci de conferir as embalagens, nem sequer olhei as quantidades. Não tinha mais tato. O único sentido que eu poderia 'sentir' naquele momento era o paladar, mas ali era proibido. A visão estava embaçada, não ouvia mais nada, o cheiro não passava mais por aquele lugar, na verdade nem sequer o ar eu conseguia sentir presente. Tudo girava. E eu comecei a tremer, a sentir uma fraqueza que não era minha, mas eu sentia. E não queria. Eu nem lutava.
Até hoje não sei como cheguei em casa. Foi uma espécie de briga comigo mesma por querer abraçar o mundo, mas não 'dar conta' dele.
Mas enfim, abri a geladeira. E algumas guloseimas estavam lá. Convidativas. Deliciosas.
E então curei meu vazio com açúcar.

ninguém viu, ninguém vê

Daquela noite, só sobraram reticências não atendidas
E elas viraram exclamações, clamando pra serem notadas
Esperavam estar entre vírgulas,
para dar um explicação talvez
(mas a explicação não quis ser ouvida)
e elas ficaram esquecidas, à mercê de um ponto final




que não chegava
ninguém entendeu nada


?

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Eu cito provérbios.

A falta de recursos foi o que sempre me fez ter milhares de cartas na manga. E como diz a filosofia urbana nem aí para a lingüística "Quem não tem cão casa com gato".
Realmente. eu asino embaixo.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

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Você não fechou o registro
e eu me afoguei nas lágrimas.
Agora volta e esquece
que temos que dividir a conta de água?

Pode entrar, a decoração mudou

Não sou mais seu bibelô
E os que você me deu, joguei fora todos.

chega de 'pra sempres' pela metade...

na verdade não quero mais nem inteiros (eu acho)!

Quarto novo

Mudo a disposição das coisas no meu quarto como se desejasse que a disposição das coisas na minha vida mudasse no mesmo ritmo.


está ajudando!

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Como evitar que uma gota d'água evapore ao sol?

- Você é um paradoxo em si mesma.
- No melhor sentido da expressão. Eu sou.
(...)
- E o pior é que parece gostar...
- A-DO-RO! Se eu não fosse um paradoxo eu não seria eu mesma.
- Vai ser legal conhecer pouco a pouco esse paradoxo.
(...)

Vou pensar no enigma.

ficaria bem feliz se fosse verdade!

'Julie, vc já viu como vc e a Brigitte Bardot são parecidas? Claro, qdo ela era nova e bonita.'

juro que tentei achar qqr semelhança, mas foi difícil!
hahaha

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

did you exchange a walk on part in the war for a lead role in a cage?

não sei a resposta, mas agora a parte principal da música parece não fazer mais sentido!


"(...) year after year, running over the same old ground. What have we found? The same old fears..."


e a música acaba aqui.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Metamorfose

Pode vir de novo
Abrir a geladeira
Olhar os novos quadros na parede
Meu novo livro de cabeceira
A nova decoração
As flores novas recém-ganhadas
Os trabalhos espalhados pela sala
As malas quase arrumadas (prontas para serem feitas ou desfeitas)
As toalhas que agora são coloridas
E os sabonetes de morango que não se usam só em ocasiões especiais
Não há mais bichos de pelúcia
Um cavalete e lápis de cor me aguardam
As tintas e lixas já foram usadas na reforma
E você não participou de nada disso
apesar de ter sido motivo
Para eu não ser mais a mesma
que você esperava encontrar.

eu não sei o que aconteceu comigo

por isso cuidado meu bem, há perigo na esquina!

domingo, 20 de janeiro de 2008

'e a triste hora do fim se FEZ notória'.

e agora tudo tudo é só memória.


e a certeza que não somos nada, nada, nada!

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Efeito Borboleta

E se eu tivesse ido pra Bienal em 2006?!
adoro confusões, mas admiro a organização
pra uma noite sem planos digo sim
acho que isso é tudo invenção
porque meu eu-lírico na verdade,
ainda é um paradoxo sem pingo no i.

sábado, 12 de janeiro de 2008

O que é o amor!?

O que é o amor? - Maria Rita
(Composição: Arlindo Cruz / Maurição / Fred Camacho)

Se perguntar o que é o amor pra mim
Não sei responder
Não sei explicar
Mas sei que o amor nasceu dentro de mim
Me fez renascer
Me fez despertar
Me disseram uma vez
Que o danado do amor
Pode ser fatal
Dor sem ter remédio pra curar
Me disseram também
Que o amor faz bem
E que vence o mal
E até hoje ninguém conseguiu definir
O que é o amor
Quando a gente ama, brilha mais que o sol
É muita luz
É emoção
O amor
Quando a gente ama, é um clarão do luar
Que vem abençoar
O nosso amor




já amei, mas não não, não estou amando de novo! uffa!

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Um teto todo meu, pra pintar e bordar!

"E ninguém é eu,
E ninguém é você,
Esta é a solidão."

Clarice Lispector

Ela arde às vezes!

Em mais uma daquelas comemorações em família, pela qual eu optei - e nem sempre minha opções são as mais certas -, vem a tal da contagem regressiva, ou melhor a espera pela contagem regressiva, que na confusão de fusos e fusões de horários não deu muito certo. Os velhos desejos de 'anos-novos' começaram ao estourar do primeiro espumante - sem-querer, pelo meu irmão desastrado - acho que ainda era ano-passado.

Enfim, aí veio alguém, com toda a sua pose e toda a sua altura me desejar feliz-ano-novo, era o único que tinha sobrado pra me dar mais um abraço. E eu fugindo, desejando a todos muitas coisas, para aquele momento passar devagar e eu não precisar cumprimentá-lo. Não teve jeito, um aperto de mão foi inevitável ao evitar o seu abraço - eu não suportaria tanto. Poucas pessoas presenciaram, mas eu me safei. O feliz-ano-novo mais falso do mundo eu não precisei dar. Dizem que fingir ser simpático deforma o rosto. E o meu rosto continua intacto apenas com um pouquinho de sarcasmo. Então fui comer lentilha.