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quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Madrinha de casamento por acaso

Estava eu indo de uma escola a outra para dar aulas, em plen'uma segunda-feira. Como não tenho carro, faço o trajeto a pé mesmo. São 15 minutos. No meio do caminho tem um cartório. Tem um cartório no meio do caminho. Na verdade não tinha reparado que havia um cartório por ali até ouvir alguém me chamar. Era uma amiga que havia trabalhado comigo ano passado. Um amor de pessoa, dessas que vc quer chamar pra sempre de amiga. Ela estava esperando o namorado dela que nem chegou a ser noivo, mas daqui a pouco seria marido. Ela ia casar em alguns minutos, para poder ir morar em outro país para trabalhar. Falando que estavam em lua-de-mel é muito mais fácil não serem barrados. Ela is casar e precisava de uma testemunha. Estavam com tanta pressa que iriam pegar qualquer um do cartório mesmo, mas já que eu estava ali podia ser madrinha de casamento. Em dez minutos estava o futuro marido e sua testemunha e em mais 10 minutos, estávamos assinando tudo. Foram dez minutos de "cerimônia". E em mais 10 minutos eu estava dando aula novamente. Numa segunda-feira às 4h da tarde. Felicidades, casal*! Logo, vou dar uma passeadinha pela Nova Zelândia. ;)

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

um dos melhores - senão o melhor - shows que já fui

Bienal - Zeca Baleiro

Desmaterializando a obra de arte do fim do milênio
Faço um quadro com moléculas de hidrogênio
Fios de pentelho de um velho armênio
Cuspe de mosca, pão dormido, asa de barata torta
Teu conceito parece, à primeira vista,
Um barrococó figurativo neo-expressionista
Com pitadas de arte nouveau pós-surrealista
Ao cabo da revalorização da natureza morta
Minha mãe certa vez disse-me um dia,
Vendo minha obra exposta na galeria,
"Meu filho, isso é mais estranho que o cu da gia
E muito mais feio que um hipopótamo insone"
Pra entender um trabalho tão moderno
É preciso ler o segundo caderno,
Calcular o produto bruto interno,
Multiplicar pelo valor das contas de água, luz e telefone,
Rodopiando na fúria do ciclone,
Reinvento o céu e o inferno
Minha mãe não entendeu o subtexto
Da arte desmaterializada no presente contexto
Reciclando o lixo lá do cesto
Chego a um resultado estético bacana
Com a graça de Deus e Basquiá
Nova York, me espere que eu vou já
Picharei com dendê de vatapá
Uma psicodélica baiana
Misturarei anáguas de viúva
Com tampinhas de pepsi e fanta uva
Um penico com água da última chuva,
Ampolas de injeção de penicilina
Desmaterializando a matéria
Com a arte pulsando na artéria
Boto fogo no gelo da Sibéria
Faço até cair neve em Teresina
Com o clarão do raio da siribrina
Desintegro o poder da bactéria
Com o clarão do raio da siribrina
Desintegro o poder da bactéria


uma das melhores do Zeca ;)

domingo, 9 de novembro de 2008

...

minha tristeza não tem cor
é um misto de felicidade machucada com a saudade do que não se viveu
mais a ansiedade por beber os dias que voam com as folhas do calendário

as folhas se perdem, mas há alguém que as pega e consegue devolvê-las em forma do melhor antídoto contra ansiedade

não sei dizer o nome disso tudo
o redemoinho que insiste em não deixar minha vida passar (e ainda bem que minha vida não vai passando) esqueceu grãos de areia por aqui
alguém me ajuda a juntá-los e a organizá-los, de modo a formar setas que indicam o caminho

está quase na hora de esquecer que os dias passam
está quase na hora de descobrir os buracos no redemoinho...
está quase na hora de saber por onde caminho!

Um suspiro, por favor!

Finalmente, mudada. Não eu mesma, mas de casa, e isso já é o bastante. Por enquanto. Como poderia imaginar que morar com um estranho fosse tão traumático? E em meio a tantas confusões ainda precisei respirar pra dar conta de todo o resto de compromisso inadiáveis que pediam atenção. Lar aconchegante, geladeira e fogão novos, sofás a serem reformados e milhões de pequenas coisas pra organizar. A única coisa que me angustia são as paredes brancas que imploram por um bronzeado - verão, sabe como é? Já já que elas ganham uma corzinha... não escolhi ser médica pra morar em hospital! Enfim, tempo pra escrever... tempo pra organizar os papéis amontoados em pastas que insistem em estar ali para um dia, quem sabe, serem consultadas... ai ai! Quero férias, mas férias completas, para escrever a apostila que já deveria ter começado a escrever e pra poder fugir de tudo, como já deveria ter feito há tempos!
E por falar em fugir e em escrever, preciso encontrar um cd com um filme gravado, que fugiu por aqui... um artigo precisa sair ainda hoje! E agora, decidido: primeiro dia de férias, um suspiro, por favor! Quero descansar...