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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O fantástico show da vida

Dia de superação. Duas seletivas, mais uma prova de mestrado, nada fácil. O negócio é o seguinte: eu sou uma só e estou há três dias sem carne. (Risada maligna!)

domingo, 24 de outubro de 2010

Prova iminente

Amanhã é a bendita prova. Estudei bastante. Não tanto quanto queria. Não o suficiente. Considero-me menos preparada e também com menos vontade de entrar do que no ano passado. Naquela ocasião, parecia ser esta a única opção para uma recém-formada. Nesta ocasião, parece ser esta apenas uma das. Segui a minha intuição e estudei também o não recomendado, no intuito de abrir um pouco a mente com outras discussões. Deu certo. Carrego a bagagem sugerida pela disciplina que já faço. Lanço os dados e marco o horário de despertar. Uma hora a menos graças ao inoportuno horário de verão e 5 minutos gastos para escrever este desabafo. Sem crenças ou preces, despeço-me - sabendo que a teia caótica da vida organiza-se milimetricamente e amanhã, de certa forma, escrevo parte dessa tessitura. Here I go (again) on my own, ajuda-me White Snake...

sábado, 23 de outubro de 2010

Itabira é apenas um retrato na parede. Mas como dói!

Eis o momento do recolhimento.
Escrevo como nunca, tomo notas como nunca, rememoro como nunca - também repito como nunca.
Repito um momento parecido, esses que se assemelham ao caos do qual falava Nietzsche, necessário para dar luz a uma estrela. O quarto recém-arrumado delimita outra de mim mesma, também com outras vontades não-minhas-apropriadas (ou já-minhas-reapropriadas). Fase de mudança, andância e errância. Falta de constância, para resumir. Vejo-me na ânsia (para rimar) de novos sabores ao mesmo tempo que hesito em provar outro prato. Coloco-me distante e vazia em momentos que deveriam ser completamente preenchidos. Pergunto-me onde estarão os planos tão bem estruturados em cartões de boas-vindas recebidos pela minha mãe na maternidade. Ligo para meu pai - ele chora (de desespero diante do meu desespero). Ouço a rua, os pássaros não cantam porque chove. A tempestade pára - e vem a calmaria...

Por acaso eu resolvi escrever justamente agora...

Encomendaram-me um texto anteontem. Uma grande amiga e querida leitora pediu que eu falasse um pouco sobre o fato de insistirmos várias vezes em algo que não dá certo ou incorrermos sempre no mesmo erro com pessoas diferentes. Cara amiga, as vicissitudes da vida acontecem sim e, com azar, normalmente no campo amoroso. Parece que atraímos sempre o mesmo tipo de cara: 1) ou só aparecem caras que não saem da barra da saia da mãe, 2) ou é o tipo nem-aí-com-nada - principalmente-com-você, 3) ou é aquele tipo que está na iminência de ir pra bem longe (seja em virtude do trabalho ou do estudo). Passadas várias (ou não) experiências nesse quesito, chega aquele momento da vida em que você ACHA que começou a atrair outro tipo de pessoa pra perto de você: o cara trabalha, já mora sozinho (ou seja, não corresponde ao tipo 1, nem ao tipo 2), mas de tão esforçado recebe uma promoção - em outra cidade. Automaticamente o que acontece? Ele se encaixa no tipo 3. Aí de novo, você pensa: "só atraio isso..." e, longe de seu ex-futuro-amor, resolve partir pra outra.

A ideia é, no campo amoroso ou não, temos uma forte tendência a achar que tudo na vida dá errado com a gente. Permito-me a digressão para dizer que, a exemplo próprio, esta semana foi de importância fundamental na minha vida, também nesse sentido. Sentimos, principalmente se em algum momento da vida já fomos abandonadas (por pai, mãe, amiguinho da escola ou ex-namorado), uma espécie de sentimento-de-patinho-feio. Achamo-nos persona non grata em vários episódios da vida, mas, mais do que ruim, esse sentimento é necessário. É justamente o fato de sermos insuficientemente competentes para uma vaga de emprego, desinteressantes para aquele cara por quem caímos de amores ou gordas demais para caber num 36 é que nos faz querer investir em nós mesmas profissionalmente, visualmente e intelectualmente. Caio no senso-comum de dizer que é dessa forma que a vida acontece. Imagine as possibilidades: graças a uma briga com um ex-namorado um dia você resolveu viajar, na viagem, você fez uma amiga, com essa amiga resolveu sair, e não é que num dessas saídas, você encontrou seu atual noivo? Ou quem sabe: você foi ao cinema com algumas amigas, odiou o filme e resolveu sair na metade: você então cruza com uma amor de infância e resolvem tomar um café, por que mesmo você tinha vindo ao shopping?

O negócio é: relaaaxe! Não deu certo com esse, dará com outro ou com outro. Se você pensar por outro lado, pode até ter dado certo (por pouco tempo). E agora, além de tudo, você está expert em reconhecer esses tipos. Antes de qualquer coisa, kit perguntas: o que faz?, mora com quem?, sabe cozinhar sozinho?, existe alguma probabilidade de sua profissão te mandar pra longe logo?... e assim por diante!
Uma pena não cai de uma ave por acaso e é nesses por acasos da vida que descobrimos o que ela tem a nos oferecer!

P.s.: Na verdade tinha planejado outro texto, mas nada na vida é por acaso, não é mesmo? Vai que algum editor de autoajuda está passando por aqui, precisando urgentemente de uma colunista para cobrir férias de uma jornalista que, por acaso, resolveu viajar semana passada... Não que eu seja escritora de autoajuda, mas   não foi por acaso que uma amiga pediu um texto, não é mesmo?

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Bem x Mal

Quando somos crianças, os contos de fada ensinam que o bem sempre vence o mal. Até aí sabemos que não está de todo certo, o problema é outro: explicar para as nossos humildes 10 anos de idade a relatividade de bem e mal. Faltou situar o nosso sujeito nessa coisa toda de polaridade. E quem é que disse que estamos sempre corretos? E quem é que disse que sempre estaremos do lado do bem? Para o pai do menino chato que nos xingava na 5ª série, somos a menina má - para os pais superprotetores, seríamos nós o lado bom da história. Ok, a moral é: justiça está longe de existir e cabe aqui um aforismo que li num tópico de alguém hoje: algo como "Se você bateu com a cabeça 10 vezes na porta, não é a porta que está no lugar errado, mas você".
Vai, cabeça dura, e vê se aprende!

domingo, 17 de outubro de 2010

Caleidoscópio

Todo olho é um pouco caleidoscópio, que vira e conforme vira, reenxerga e conforme enxerga, se revira... e nos faz revirar por dentro.

Às vezes entorta, mas conforme entorta, se retorce, e quando se retorce, se reinventa e é quando "reinventamos" nosso olhar, que enxergamos partes se recompondo e se refazendo e reconstruindo o que na verdade nem tínhamos construído.

Redescobrimos a vida quando a reconstruímos, reinventamos a vida quando a recomeçamos. Entendemos o mosaico quando conhecemos suas partes e, com as partes de um mosaico, muitos desenhos podem ser feitos.

É quando você pára para observar o caleidoscópio e o que o compõe que entende que, na verdade, não importa quantas partes compõem o brinquedo, mas quantos espelhos você tem. É eles que vão ditar a gama de possibilidades e mostrá-las a você.


E caso você veja que peças estão faltando, vai ver que talvez elas nunca tenham feito parte do jogo efetivamente.

Tempo, tempo, mano velho, falta um tempo ainda, eu sei, pra você correr macio...


Sem dúvida nenhuma encontro-me no momento de maior bagunça da minha vida - isso compreende desde a bagunça, propriamente dita, na minha casa até a bagunça na vida financeira. Olho pra casa e não encontro ABSOLUTAMENTE mais nada em menos de 10 minutos de procura. A diarista me deixou, irritada talvez com a grande bagunça que ela tinha que organizar ou quem sabe apenas por que recebeu uma proposta melhor. O meu sentimento inconfessável - até agora! - de perseguição aponta para a primeira alternativa. Minha cachorrinha, clamando, quem sabe, por atenção em meio à rotina atribulada pela qual venho passando, desaprendeu a fazer suas necessidades no local correto e insiste em morder barras de roupas - o que em 1 ano em meio comigo nunca fez. Resultado: uma sacola de roupas a mais para levar para a costureira. É nessas horas que a necessidade de tempo se faz latente.

O fato é que algum motivo há para isso tudo e devo confessar que parte desse motivo refere-se a instabilidade emocional provocada por algo chamado insatisfação. Com o que? Comigo mesma por não saber lidar com esta bagunça. Ok, voltamos ao início. Estou assim por que não consigo lidar com o fato de que estou assim. Ótimo...

Não acabei de me dar conta disso e tenho certeza de que algo vai melhorar nos próximos minutos, mas continuo aqui, passando o tempo e adiando o almoço na esperança de tornar a manhã mais longa e com isso ter mais tempo para fazer a infinidade de coisas a serem feitas. Inútil - acabo de me tocar: é horário de verão. Vou fingir que não vi.

sábado, 16 de outubro de 2010

Vida nova, primeiro passo

Se me perguntassem o que eu queria ser quando crescesse, aos meus 9 anos, certamente responderia - sem hesitar - que a vontade de construir casas era a maior de todas. Um pouco depois, cheguei a pensar na possibilidade de fazer buracos por aí, escavando fósseis e redescobrindo coisas que ninguém ainda havia descoberto. Passei pela vontade de ser estilista e até diplomata.
Hoje, graduada em Letras, exerço a função de professora - estou professora, como ouvi por aí - e construo e descubro outras coisas. Nessas construções e descobertas, descobri: o verbo estar é temporário e milhares de possibilidades se abrem quando você se procura: escrever pode se tornar uma profissão! Principalmente quando você gosta...

Isso foi mais em tom de desabafo do que de qualquer outra coisa, portanto, fecho com palavras de alguém que tem me acompanhado nesse momento de transição - Eddie Vedder:
"[...] On empty pocket's wealth
Love will create a sense of wealth
Why contain yourself like any other book on a shelf? [...]"

E eu pergunto: Why?