Era tão simples ser uma semente de melancia. Seu único trabalho era ser igual às outras. Estar ali - indiferentemente -, porque não faz diferença comer ou não uma semente de melancia: ninguém tem o trabalho de mastigar, de morder, nem de engolir. Ela só escorrega e vai goela abaixo. Vive numa grande bola verde e não tem nem o trabalho de ser separada. Seus comedores, quando muito preguiçosos, nem a isso se dão ao trabalho. Elas servem apenas para fazerem nascer mais delas. Ah! Mas elas também devem saber plantar ilusões: a de que um dia, na barriga de alguém, elas possam germinar.
Pena que o mundo é azul, e não verde.
Um comentário:
Sera que elas germinam se forem comidas por um marciano?
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